segunda-feira, 8 de agosto de 2011

VICE DE NOVO!




Meus amigos, neste último domingo, estive no Engenhão para ver o Flamengo ser, mais uma vez, campeão carioca. Para ser exato, viajei até o Engenhão, pois o estádio fica do outro lado do mundo! Nelson Rodrigues dizia que sentia “uma infinita nostalgia” do Brasil quando passava do Méier. Só não foi este o meu sentimento porque a Nação Rubro-negra estava lá em peso; e Brasil, por definição, é onde a torcida do Flamengo está.
Mais uma final contra o Vasco - nosso eterno vice -, portanto, com desfecho mais do que previsível. Mas eu não poderia deixar de ir a esse jogo, em função de uma grande frustração pessoal minha. Já explico. Woody Allen disse certa vez que só tinha uma frustração na vida: a de não ser outra pessoa. Compartilho dessa frustração, mas, no meu caso, não é a única. Tenho pelo menos mais duas: não ser o Woody e não ter visto in loco dois gols inesquecíveis do Mengão em finais contra os cruzmaltinos. E não me refiro ao gol do argentino Valido, em 28 de outubro de 1944, no estádio da Gávea, a quatro minutos do apito final, dando ao Flamengo o primeiro dos seus – por enquanto - cinco tricampeonatos. Nessa época, acreditem, eu nem tinha nascido. Aliás, meus pais ainda eram crianças e sequer se conheciam – portanto ainda não tinham começado a brigar. Não, refiro-me aos gols do Rondinelli, em 1978, e do Petkovic, em 2001. Eu jamais me perdoaria se novamente deixasse de testemunhar gols antológicos como estes. E a gente nunca sabe quando eles vão acontecer.
 Em 1978, eu tinha 13 anos e fui com meu pai ao Maracanã assistir à final do campeonato carioca. Ficamos sentados nas cadeiras azuis, bem atrás da meta defendida pelo goleiro do Vasco no segundo tempo. Foi ali, bem pertinho de onde estávamos, que saiu o gol decisivo, marcado de cabeça pelo Deus da Raça, a três minutos do fim do jogo. Perfeito, não? Não. Teria sido perfeito se ainda estivéssemos lá. Porém meu pai, preocupado com o transporte para voltarmos para casa, quis sair um pouco antes do término da partida, um pouco antes do momento do gol. Assim, eu, que até então nunca tinha visto o Flamengo ser campeão, deixei de ver o gol histórico do Rondinelli. Bom, já perdoei meu pai e, desde então, vi e revi as imagens do gol - na TV, em videocassete ou DVD - mais de um milhão de vezes. Mas ficou uma enorme e irreparável frustração...
Como eu queria ter estado no Maracanã na final de 2001, na qual o Flamengo conquistou seu quarto tricampeonato! Mas foi pela TV que vi o gol do Pet, de falta, aos 43 minutos do segundo tempo. Apesar de estar em casa, a emoção foi forte demais! Foi tão intensa que entrei num estado de transe dissociativo e, por causa disso, até hoje não sei muito bem o que fiz. Disseram que, eufórico, saí à rua completamente nu e tentava abraçar todos os que passavam. Mas, sinceramente, não me lembro de nada disso. Não, pelado não fiquei. Impossível. Pelo menos não da cintura para cima, pois, naquele momento, jamais tiraria o Manto Sagrado!


04/05/2011

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