Na portaria do prédio, os dois
vizinhos esperam o elevador. O porteiro entrega a eles as suas correspondências,
há pouco deixadas pelo carteiro. Chega o elevador, um abre a porta para o outro,
que formalmente agradece e retribui a gentileza:
---- Qual é o seu andar?
E agora? Viria aquele silêncio constrangedor?
Alguém faria comentários sobre o clima?
---- Só contas pra pagar. --- Reclama
um deles, quase que mecanicamente.
---- Pois é, e nenhuma carta de amor!
---- Lamuria-se o outro, suspirando profundamente.
Diante de uma resposta tão inusitada,
vinda de um quase total desconhecido, o primeiro fica desconcertado, sem saber
o que dizer. Mas logo o seu andar chega
para resgatá-lo.
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